Mais chefes do que índios

Mais chefes do que índios

 

23-03-2012

 

O "nosso" Comando Militar:

Os generais, por definição, comandam unidades. Brigadas, Divisões, Corpos de Exército e Exércitos.

5 Tropas - 1 *Cabo*

10 Tropas + 2 cabos - 1 *Sargento*

40 Tropas + 8 cabos + 4 sargentos - *1 Alferes*

200 Tropas + 40 cabos + 20 sargentos + 5 Alferes - 1 *Capitão*

1.000 Tropas + 200 cabos + 100 sargentos + 25 Alferes + 5 capitães -1 *Tenente -Coronel*

8.000 Tropas + 1.600 cabos + 800 sargentos + 200 alferes + 40 capitães + 8 tenentes-coronéis - *General de Brigada*.

Somando toda a linha de cima, cada General tem por baixo de si 10.648 homens (faz sentido)

AS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS TÊM MENOS DE 64.000 EFECTIVOS LOGO, DEVERIAM TER, APROXIMADAMENTE, 6 Generais? MAS, PASME-SE...

TEM 123 (CENTO E VINTE E TRÊS) GENERAIS!

E PAGA PENSÕES BRUTAIS A UM SEM NÚMERO DELES QUE SE APOSENTARAM NOS ÚLTIMOS

25 ANOS!

EM DOIS "PEQUENOS E POUCO DESENVOLVIDOS" PAÍSES - CANADÁ E ALEMANHA –

AS FORÇAS ARMADAS CONTAM COM 1 GENERAL DE 4 ESTRELAS.

EM PORTUGAL HÁ 4 (QUATRO) GENERAIS DE 4 ESTRELAS!

Aproveito este pequeno apontamento que está a circular na NET para aqui voltar a expor um simples raciocínio.

De facto “não houve” nenhuma revolução em Abril de 1974.

Não a revolução que todos pensamos, no sentido de acabar com as mordomias e os poderes instituídos por hábitos de cerca de 50 anos.

Houve sim, um passar de testemunho, um movimento de moscas à volta da mesma poia.

O exemplo dos militares de carreira é paradigmático.

Então eles não sabiam qe acabando com a guerra nas colónias ou províncias ultramarinas, eles deixavam de ser necessários e arriscariam o emprego?

Sabiam, sim.

Mas é muito mais fácil receber um vencimento sem ter a obrigatoriedade de se apresentarem à porta de armas de quando em vez.

Sim, porque;

Tiros, alguns deles nem sabiam o que isso era.

Rações de combate? Que nojo, isso era para os desgraçados que serviam de carne para canhão.

Acabaram com a guerra e mantiveram todas as mordomias, inclusive motorista particular, vulgo impedido, para levar os filhos à escola, a esposa às compras…

Para termos uma ideia mais próxima do que fizeram os nossos militares profissionais, imaginemos o seguinte cenário.

Tu eu e todos os nossos "camaradas" fechamos a empresa onde trabalhamos. Neste caso fechamos a guerra. Depois ficamos em casa à espera que essa mesma empresa (que encerrou) nos continue a pagar os nossos salários enquanto formos vivos (com actualizações anuais) e mesmo depois de morrermos as nossas viúvas vão continuar a receber metade do nosso salário. Caricato, não?

De mesmo se passou com os deputados.

Então eles não sabiam também que passando Portugal a ter “apenas” dez milhões de habitantes não eram necessários 230 deputados mas sim apenas cem?

Em qualquer país da Europa a regra é: Dez deputados por milhão de habitantes.

Pasmem-se mais uma vez. Num país em que há mais chefes do que índios, são necessários 230 deputados, ou seja há 130 a mais.

Depois dizem que é a tróica. Troikiados em termos de governação andamos nós desde 1974.

Para quando a revolução a sério?

Ainda haverá alguém com os dindins no sítio para que de facto se possa fazer a tal revolução?

A tal que virá alterar substancialmente a Constituição (as regras do jogo) e repensar-se de uma vez por todas uma nova ERA na governação de um país que se quer Livre, Independente, Moderno, mas sobretudo sem subalternizações culturais, linguísticas, sociais, económicas.

A maior burrice, que me desculpem os quadrúpedes pela comparação desajustada, de quem nos desgoverna acabou por ser a redução do poder de compra, retirando subsídios de férias e de natal.

Primeiro. Estes susbsídios têm um nome falso.

Não são subsídios, são complementos de salário ou de vencimento em que a entidade patronal em vez de o entregar mensalmente ao trabalhador, se governa com ele durante pelo menos seis meses. Deveriam, portanto, ao devolver aos trabalhadores este complemento, acrecentarem-lhe os juros pela utilização indevida e antecipada do capital em causa.

Retirar-se portanto esse dinheiro aos trabalhadores é um ROUBO.

É ROUBO MAIOR ainda em virtude das consequências.

Então os palermas que nos desgovernam ainda não chegaram à conclusão de que ao retirar poder de compra aos trabalhadores reduzem o consumo?

Ao reduzir o consumo, fecham-se fábricas e todo o tipo de estabelecimentos comerciais?

Ao fecharem-se as empresas aumentam os desempregados?

Ao aumentarem os desempregados aumentam os subsídios de desemprego?

Estes palermas não viram ainda que aumentam os custos e reduzem na mesma proporção as receitas de IVA, IRC e IRS?

Receitas estas que seriam necessárias para garantir o bom andamento da economia.

Não seria melhor aumentarem o poder de compra ao povo? Pelo menos àquele que produz?

Pensem comigo. Se eu der mais 50€ a quem recebe 500, a primeira coisa que vão fazer é gastá-lo.

Sim. E depois? Vão consumir. Vão manter postos de trabalho. Vão criar riqueza. Vão aumentar as receitas de IVA, IRC e IRS, com a vantagem de o Estado, que somos nós todos (os tais são apenas o Governo), terá menos despesas com os tais subsídios de desemprego e à indigência.

Não aprendem com a história.

Claro, enquanto deveriam andar a estudar e a aprender alguma coisa iam-se entretendo com noitadas adoçando as receitas das cervejeiras. É vê-los nas FITAS e não só.

Voltando à história.

Ainda alguém se lembra de como e porquê se instituiu o IGM?

Sim. Imposto Geral Mínimo.

Então é assim e vou dizer isto de maneira que os nossos intelectuais também percebam.

Norton de Matos, então Governador-geral de Angola, baseou-se em algo muito simples.

Num país em que não havia necessidade de trabalhar para porver ao sustento porque tudo ou quase tudo, naquele tempo, vinha ter à mão, caça, pesca, frutas, cereais… não produzia portanto riqueza passível de cobrança de impostos.

Vai daí… Imposto Geral Mínimo.

Toda a gente paga, quer trabalhe quer não.

Quem não pagar vai fazer picadas e estradas por conta do Estado.

Com isto obriga-se a fazer circular riqueza. Mesmo aqueles que não tinham necessidade de ter dinheiro, passaram a ter de o encontrar para pagar o tal IGM.

Todos os anos tinham de ir ao Posto Administrativo ou Administração do Concelho entregá-lo.

O Imposto Geral Mínimo era, como o próprio nome indica GERAL.

Toda a gente tinha de o pagar.

Todos os que habitavam Angola, independentemente da cor, credo, dialecto ou idioma tinham de entregar o imposto anualmente.

Aos funcionários públicos era-lhes descontado no vencimento.

Tinham de vender rícino, massambala, gado, arranjar trabalho… mas tinham de ter pelo menos o dinheiro para o IGM.

20,00$ (escudos) por ano que foram subindo para os 500,00$ nos últimos tempos e alguns pagavam mais, calculado que era em função do salário.

Ao terem de entregar o IGM, tinham de ir vestidos, pelo menos com calções.

No ano seguinte, já iam também com camisa, depois as sandálias, posteriormente iam de bicicleta…

O rádio a pilhas pendurado ao ombro, assim se criam hábitos de trabalho e de riqueza.

Riqueza que se traduz por aumento da colecta de impostos e redução dos encargos do Estado.

Assistimos neste Velho Mundo com hábitos novos, à redistribuição de riqueza, pasmem-se, àqueles que em nada contribuem para a riqueza do país.

Portanto, constatarmos e dizermos que há generais a mais ou deputados a mais é o mínimo que se pode fazer enquanto a tal revolução a sério não acontecer.

Temos chupistas a mais.

Se considerarmos que na Alemanha, a título de mero exemplo, o gestor, público ou privado, aufere em média e no máximo o correspondente a 18 salários mínimos, pasmem-se mais uma vez: em Portugal esse valor corresponde a 62 salários mínimos nacionais.

Estamos num país em que tudo é mais caro do que no resto da Europa sem termos em conta o nível salarial.

O gás, os combustíveis, a energia eléctrica, as rendas de casa, de escritórios ou de estabelecimentos comerciais, os próprios apartamentos (compra), grande parte dos bens de primeira necessidade onde a alimentação se encontra também… é mais caro do que em Espanha, na França, na Alemanha…

Há cada vez mais portugueses que se mudam para o lado de lá e continuam a trabalhar cá. Esquisito, não?

Como é possível se em Portugal em vez de salários temos compensações rascas pelo tempo de trabalho e pelo que produzimos?

Alguém anda a meter a mão no nosso bolso, num roubo descarado. E nós sabemos quem são.

O sorriso amarelo patenteado em frente às câmaras de televisão não chega para nos compensar do que temos perdido ao longo dos anos, tenhamos sido desgovernados pelo PS, pelo PSD, pelo CDS e por todos aqueles que se sentam (às vezes) nas cadeiras do Parlamento.

Esses tipos (os tais 230) esquecem-se que, pelo simples facto de se lá sentarem quando têm tempo, os obriga e dá a mesma responsabilidade de governação que àqueles que se sentam à frente, voltados para eles.

Depois temos um árbitro que só funciona às vezes.

Que sobretudo, mais uma vez este aqui também de sorriso amarelo, não tem bom senso.

Para se ser o árbitro da Nação, para se governar a Nação, não há necessidade de se ter canudos.

O Mundo está replecto de exemplos em que os governantes, os melhores governantes, não “perderam” tempo nos anfiteatros das universidades. Nem em queima de fitas bem regadas.

Basta-lhes BOM SENSO. E socorrerem-se, isso sim, técnicamente daqueles que por lá andaram.

Sejam eles juristas, economistas ou os istas que entenderem por bem.

Lembram-se da história da tanga?

Pois é.

A partir daí passamos a andar de fio dental, o tipo pisgou-se e foi-se governar lá mais para longe depois de ter visto a cagada que aqui fez.

Voltando atrás.

Perdemos o poder de compra e…

Começamos por deixar de tomar a nossa habitual bica, os cafés fecham, em seguida são os distribuidores, as torrefações, os importadores e lá longe muito fora da nossa vista param as propriedades ou fazendas de café.

Não tardará muito e por nossa culpa assistiremos a invasões cada vez mais frequentes de ex-trabalhadores das plantações do café que querem comer e não podem porque nós deixamos de tomar a nossa habitual bica.

À bica deveremos juntar o chá, o algodão, o couro, o minério diverso... não tardará muito e em vez de mendigarem trabalho entrarão pelas nossas fronteiras à força, porque armas não faltarão e ainda por cima fornecidas por aquele nosso vizinho troikiano, aquele que nos dá pancadinhas nas costas.

Para reflectir!