24-02-2015
Ao partilhar o meu desagrado, faço-o pautando o meu comportamento com a verticalidade, frontalidade e voluntariedade que me permitiu acompanhar, seleccionar e cruzar com todos aqueles e aquelas que me são contemporâneos/as.
Ao partilhar o meu desagrado, faço-o na qualidade de sócio nº 126 (antiga numeração) da Associação de Naturais, Ex-residentes e Amigos da Gabela.
- Incluo-me num reduzido número de Gabelenses com 25 quotas anuais liquidadas.
- Incluo-me num ainda mais reduzido número de Gabelenses com 24 presenças nos Convívios anuais em Mogofores.
- Durante 22 anos fiz parte, na qualidade de Vogal, do grupo de Gabelenses responsáveis em manter vivo o espírito que nos levava e leva ano após ano ao nosso convívio anual.
- Durante 22 anos somei, na mesa colocada à entrada do Parque de Merendas, o maior número de horas que qualquer um dos restantes membros da Associação possa ter somado.
- Durante 22 anos, no exercício das funções atrás indicadas, fui impedido de usufruir directamente do contacto que me proporcionaria o normal (para os outros) convívio anual com os meus amigos e colegas, com quem partilhei os 23 anos que vivi em Angola.
- Durante 22 anos, um simples “olá companheiro” foi, na maioria das vezes quanto pude utilizar como saudação para com os meus amigos de infância por ocasião desta única oportunidade anual de convívio e de proximidade.
- Quando se discutiu de que forma se poderia passar além do postal de Boas Festas anual para um contacto de maior proximidade com os associados espalhados pelos quatro cantos do país e do mundo, fui eu quem pôs em prática a elaboração técnica e prática, dando forma ao Boletim “O Gabelense”.
Refiro-me à “esquisse” que definiu tamanho e tipo de papel, tipo e tamanho de fonte (tipo de letras) a utilizar, número de colunas por página, espaços destinados a publicidade. O logotipo foi desenvolvido por um dos filhos do Fernando Veríssimo (o Grande para os mais chegados). O número zero é ainda um exemplo do que afirmo.
- As primeiras verbas resultantes de receita publicitária com a utilização de espaços publicitários inseridos no Boletim, sairam do meu bolso, dando o exemplo ou o mote para que outras empresas se interessassem por esse suporte de divulgação.
- Fui ainda eu, o primeiro Gabelense a levar produtos disponibilizados por empresas para oferta aos nossos associados. Ainda se lembram, por exemplo, das caixas de vinho da Quinta da Aveleda? Das tshirts e bonés da Sotinco? Também aqui dei o pontapé de saída para outras iniciativas do género.
- Quando, por manifesta falta de verbas para continuar a editar o Boletim “O Gabelense” em papel, se decidiu em reunião para o efeito, alavancarmo-nos para uma publicação online, vulgo website, dei um passo em frente no sentido da sua edição. Também aqui, por expensas minhas, foi elaborada a primeira plataforma online de “O Gabelense” inserida numa então publicação minha intitulada “imprensa útil”.
- Posteriormente, arrastado pela corrente de crise que grassou e ainda grassa o país, fui forçado a fechar a minha empresa e fiquei sem condições e técnico para manter “O Gabelense” online. Ninguém deu um passo em frente no sentido de colmatar essa falha.
– Foi, ao dedicar-me à aprendizagem de recursos que me permitiram evoluir e dominar técnicas que me levaram rapidamente a dar formação fisica e online (sem fronteiras geográficas) a técnicos, comerciais ou não, no desenvolvimento de um Directório Internacional de Actividades Económicas, passando pelo conhecimento e o domínio de mais de duas dezenas de Redes Sociais, que apreendi o necessário para, desta vez, elaborar pessoalmente o novo site d”O Gabelense” sem o auxílio exterior de técnicos e consequentes custos ou encargos pessoais.
Alguém se lembra da lona com dois metros por um que indicava a todos, o endereço electrónico do “Gabelense Online”?
Alguém se lembra de ter recolhido na mesa um cartão com a indicação desse mesmo domínio?
Mais uma vez “isso” apareceu sem custos para a Associação. Como diriam os nossos mais velhos… por obra e graça do Divino Espírito Santo!
- As promessas iniciais que iam ao encontro da colaboração na elaboração, manutenção, criatividade do suporte online que deveria ligar a Associação aos seus associados espalhados pelo Mundo, não passaram disso mesmo.
Promessas.
Bem ou mal, do agrado de pelo menos uma parte dos meus conterrâneos o site foi evoluindo tentando ser dinâmico, apresentando coisas novas, sendo divulgado pelas várias plataformas ou servidores nacionais e internacionais, e, não estático tal um vulgar catálogo comercial.
- Foi assim que em pouco tempo passamos a ser visualisados nos quatro cantos do Munto com mais de 7.000 visitantes ocasionais ou regulares, em 84 bandeiras de 58 países, num total de mais de 50.000 visualizações. É pouco? Alguém fez melhor ou ajudou a que isso se pudesse tornar possível?
- Fui ainda eu o primeiro a colocar a possibilidade de sermos substituídos por “sangue novo”, devendo para o efeito serem apresentadas outras listas (que não sempre a nossa). Fui olhado de soslaio e ainda me lembro da reprovação a que fui sujeito tendo sido acusado de fugir às “minhas responsabilidades”.
Curiosamente, fui sempre e apenas “vogal”.
- Coincidência, curiosidade ou não, foi durante o único convívio em Mogofores a que faltei, por motivos que aqui não veem ao caso, que uma nova Direcção foi eleita e tomou posse.
Não tive a oportunidade de tal tomar conhecimento oficial ou oficiosamente e foi por esse motivo que, por pensar que ainda “riscava” alguma coisa, apareci com esferográficas personalizadas no Convivio de 2013. Aliás, convém referir mais uma vez, foram de minha autoria a maior parte das iniciativas com brindes ou lembranças com que muitos ajudaram financeiramente a Associação. Quem não gostou, por exemplo, dos eternos pins ou das placas de louça distribuídas a 30-06-1996?
Dei os parabéns à malta e dispus-me a ajudar a nova estrutura no que estivesse ao meu alcance.
Nova Direcção, novos compromissos, novas formas de atuação.
O meu trabalho online passou a obsoleto pois, na política de terra queimada, haveria necessidadde de tudo deitar fora e fazer tudo de novo, desvalorizando tudo o que até ali tinha sido feito.
Se bem que… nem tudo!
Fui contactado pelo Presidente da Associação que se deslocou a minha casa no sentido de que eu pudesse facultar textos e fotos, do “meu” site, para serem utilizados no novo site.
É claro que concordei. Também concordei em apoiar o técnico que me foi apresentado, numa segunda reunião, e a quem passei todas as fotos e textos que me pediram. A pedido de ambos, facultei ainda o meu email e fiquei na expectativa de me adicionarem, no facebook, num conceito de proximidade que me foi vendido. Claro está que ficou por isso mesmo; mais uma promessa.
Não gostei do trabalho que foi elaborado, mas gostos são gostos e, sendo suspeito, não fiz nenhum comentário a respeito.
Assim como o Papa não faz a Igreja Católica, antes a representa.
Assim como qualquer membro executivo de um qualquer Governo, não faz o Governo, antes o representa, também os membros executivos da “nossa” Associação não fazem a Associação… apenas a representam, ou seja, representam-nos a nós.
Quantas vezes, ao longo dos já citados 22 anos, fui confrontado por colegas de infãncia e a quem tive de dar explicações sobre algo que não entendiam ou não tinham conhecimento do seu funcionamento? Na boa… Fiz o meu papel, esclarecendo.
A Associação nunca fez parte do meu património pessoal, simplesmente porque a Associação é património social, cultural, e depositária de um variado acervo de lembranças e de vivências de todos quantos contribuem para a sua existência.
Contribuir para a sua existência significa contribuir financeiramente pagando regularmente as suas quotas anuais, contribuir por todos os meios possíveis, divulgando a sua existência e propósitos estatutários.
Tive a oportunidade de referir que a divulgação deve de ser abrangente e plural, não se limitando a cochichos entre amigos.
Uma Associação do tipo da dos Gabelenses e as suas várias actividades, têm e devem ser divulgadas para além dos seus membros executivos e para além dos seus associados. É na maior divulgação possível que se mantêm, se fidelizam os actuais membros e ainda se perspectivam eventuais e futuras adesões. Por isso, tudo quanto se pode fazer para essa divulgação, peca sempre por defeito.
Curiosamente, tal como aconteceu no seguimento da eleição e tomada de posse dos actuais dirigentes, também aqui, fui apanhado de surpresa ao tomar conhecimento, de forma casual, da existência de um grupo no Facebook intitulado “Associação os Gabelenses”.
Grupo definido como “fechado” como convém a uma qualquer “ordem secreta” e não a uma Associação plural como aquela que tive a oportunidade de representar e com ela colaborar de forma activa.
Sublinho que os actuais 361 membros desse Grupo ali estão por convite.
Mais curioso ainda é que eu não fui convidado para dele fazer parte.
Mais curioso ainda é que, logo que tive conhecimento da existência do Grupo, cliquei na janela correspondente solicitando a adesão.
Fiz isso por duas vezes e por duas vezes me foi negado o acesso ao Grupo.
O que é afinal necessário para fazer parte desse Grupo para além de manter as quotas em dia, já para não falar da proximidade que sempre existiu entre mim e a Associação?
É a coberto do anonimato que um ou todos os administradores do Grupo negam a minha entrada.
Lembro o que disse em parágrafo anterior. Fui, ou sou, formador nesta área tecnológica e as redes sociais e o seu funcionamento não me são estranhos, por isso, repito, por isso sei identificar exactamente o que se está a passar.
É a coberto do anonimato e do silêncio que se remetem para não me darem uma qualquer explicação sobre o facto de não me ser permitido o acesso ao Grupo “Associação os Gabelenses”.
Aceito, também o pratico, só aceito abrir as portas de minha casa, física ou virtual, a quem eu entender e por isso não regateio o facto de alguns e algumas me terem bloqueado do seu círculo de amigos no facebook.
Já não aceito que me tranquem as portas de uma casa que considero minha enquanto mantiver as minhas quotas em dia.
Uma outra questão se levanta.
Estou ou não interdito de comparecer no Parque de Merendas de Mogofores por ocasião do próximo convívio d’Os Gabelenses, a realizar-se a 28 de Junho?
Não estando previsto, em termos estatutários, a exclusão de um membro ou associado da Associação de Ex-residentes e Amigos da Gabela, não ponho de parte que o queiram fazer.
Só que, legalmente, terá de ser elaborada uma Acta nesse sentido ou com essa Ordem de Trabalhos. Fundamentadas as causas a Acta deverá ser assinada pelos intervenientes para que fique claro o porquê de uma atitude como aquela a que assisto e, muito especialmente, pretendo ver “escarrapachado” o ou os nomes de quem tenha tomado essa atitude e assumido essa responsabilidade.
Claro está que essa Acta não pode ficar escondida num qualquer corredor pidesco.
Cópia dessa Acta dever-me-á ser endereçada para que dela eu tome conhecimento.