Dedico este espaço para dar testemunho da minha amizade, do meu agradecimento, da minha fraternidade para com quem comigo compartilhou, e espero por muito tempo ainda, anos da sua vida. 

O importante é que, ao MENTOR de muitos da minha geração, esse testemunho público deva ser dado enquanto cá andamos. Eu e ele.

Por:  Luis Fernandes

SET-2011

As estátuas póstumas, disse alguém, mais não servem do que de latrinas de pombos.

É em vida, enquanto as pessoas merecedoras do nosso apreço se encontram entre nós, que podemos, devemos ou deveríamos ser obrigados a manifestar o contentamento, a amizade, a gratidão que lhes devemos.

Parece-me ser este um local privilegiado para manifestar e testemunhar esse conjunto de sentimentos que voto por aquele que foi, sobretudo, um educador e condutor de rapazes e raparigas que com ele conviveram na escola de vida que foi a extinta Mocidade Portuguesa.

Politiquices à parte, a camaradagem desenvolvida, as actividades desportivas que nos preenchiam os tempos livres, o respeito pelas coisas, pessoas e pelas hierarquias, o serviço em prol das comunidades mais desfavorecidas, fizeram da Mocidade Portuguesa, naturalmente quando enquadrada e dirigida como o foi na Gabela no tempo do meu Amigo Silva Carvalho, uma instituição de valor e de valores que ainda hoje me referenciam.

“O Máximo de Liberdade com o Máximo de Responsabilidade”.

Isto foi-me sempre transmitido também pelas atitudes que pautaram e ainda pontuam a sua maneira de ser.

Nem todos nós lhe seguimos o exemplo. Naturalmente… não. Os dedos das nossas mãos não são todos iguais e ainda ao longo das nossas vidas nem sempre repartem ou comungam as mazelas uns dos outros.

Foi meu Mestre, Mentor, substituiu os meus pais com a responsabilidade que só ele sabe dar às coisas, mas e sobretudo continua a ser o Amigo com que posso contar.

Foi meu professor, foi meu chefe ou superior hierárquico não só na Mocidade Portuguesa como nas Finanças onde, como ele mesmo diz, também foi colega.

E é esse testemunho que aqui quero deixar, muito antes de os pombos usarem uma qualquer lápide ou busto que o represente;

Obrigado por tudo aquilo que aprendi consigo,

As minhas desculpas por nem sempre ter seguido os seus conselhos avisados, o seu testemunho de vida.

Obrigado por fazer o favor de continuar a ser meu amigo.