29-03-2015
"O POLVO"
É UM PERIGO DESAFIAR "O POLVO" QUE DOMINA PORTUGAL
QUANDO SE CASAM CORRUPÇÃO POLÍTICA, COM CAPITALISMO SELVAGEM, DAÍ RESULTA UM POLVO QUE GERA FILHOS DE "P..."
O "P" MAIÚSCULO SEGUIDO DE RETICÊNCIAS, É DE POLVO E MORTE
(Conheci bem Fernando Rocha e com ele privei e almocei diversas vezes; ex-colegas que lerem este texto saberão quem sou.
Fernando Rocha foi da Inspecção Tributária, dirigente Sindical destemido, ex-Comando na tropa, amigo do seu amigo, colega ímpar, um ser humano vertical no que toca a denunciar políticos e altos dirigentes administrativos corruptos.
Claro que era uma voz que devia ser calada, especialmente agora que estava longe da Capital, aposentado e fora das luzes da Ribalta da pouca Comunicação Social isenta que ainda existe em Portugal, mas já em vias de extinção: um anónimo apagado pelo poderoso POLVO que ele, imprudentemente, desafiou.
Bem hajas, Ganhão!...)
Texto de MIGUEL ALEXANDRE GANHÃO 26.03.2015
SUSPEITA CHEGA AOS IMPOSTOS
O caso Beltrónica envolveu secretários de Estado e diretores de Finanças e foi repetido este ano por ordem da Relação.
Nestes últimos dias, o Fisco tem andado nas bocas do mundo.
A lista VIP demitiu diretores e subdiretores-gerais e colocou em alvoroço toda a Autoridade Tributária.
Mas algo mais sinistro ocorreu, sem que ninguém tivesse dado por nada.
No dia 28 de janeiro, o Correio da Manhã noticiava a repetição do chamado "Caso Beltrónica". Um dos primeiros grandes casos de alegada corrupção na administração fiscal, envolvendo secretários de Estado e diretores de Finanças.
Corria o ano de 1998 quando uma inspeção à empresa Beltrónica identificou 3,8 milhões de euros de impostos por pagar.
O contribuinte reclamou e 36 liquidações "desapareceram" do sistema de cobrança.
O julgamento decorreu em 2012, sem condenações, mas a Relação decidiu a sua repetição este ano, com o argumento de que era "necessário fundamentar melhor a matéria de facto dada como não provada".
Desde o início de toda esta trama, Fernando Rocha, um funcionário dos Impostos, defendeu a existência de favorecimentos em várias esferas da administração fiscal.
Foi ouvido em sede disciplinar, testemunhou em julgamento...
Curiosamente, a repetição ordenada pela Relação mandava ouvir novamente 30 testemunhas... mas excluiu Fernando Rocha.
Inconformado, o funcionário pediu para ser ouvido novamente.
Queria contar o que sempre soube, mas que poucos queriam ouvir.
Não conseguiu! Fernando Rocha foi encontrado morto na sua casa nas Caldas da Rainha no passado dia 23 de fevereiro.
A causa da morte ainda é desconhecida, e o relatório da autópsia ainda não foi concluído.
É estranho, é lamentável.
Eu conhecia o Fernando Rocha.
Paz à sua alma!